segunda-feira, 11 de abril de 2011

As cinco grandes besteiras...

... que a gente faz ao arrumar a mala

Na verdade, acho que a maioria de nós faz muito mais do que cinco grandes, enormes e rechonchudas besteiras quando arruma a bagagem para viajar. Estas, porém, são as mais grosseiras - e acontecem democraticamente tanto pra viagem para ali pertinho quanto pra volta ao mundo.

1. Levar mais do que dois pares de sapatos
Tem aquele que será usado ostensivamente (botinas no trekking nepalês ou chinelo em Jeri, por exemplo), aquele semi-ajeitado pro caso de um evento noturno em volta da fogueira ou no restaurante e... pronto! Pra que mais? Bom, tem que discorde e queira levar o salto alto, a melissinha, o social de verniz, a pantufa do Pateta... Precisar, não precisa - e, te dizer, tem nada mais diabólico do que tentar acomodar sapatos na bagagem.

2. Lotar a dita cuja na partida
Daí, já para sair de casa, é preciso sentar no tampo e fazer pressão de parturiente para lacrar a desgramada. E eu pergunto: ao chegar em Acapulco, onde vai caber o sombrero adquirido? Ou os vidros de doces em Tiradentes? Ou o fardo de tecidos de Nova Déli? Sair de casa já com a mala no limite é bobagem, porque sempre a gente vai querer comprar um coisinho a mais e não haverá espaço pra ele (até porque a roupa suja da viagem parece triplicar de tamanho na volta). E toca se avexar na loja de bagagem pra comprar mais uma unidade.

3. Levar itens que podem ser comprados no destino
Eu sei, porque eu fui a débil que levou para a Itália a mala da criança forrada com pacotes de fraldas, latas de leite, o sabonetinho e itens similares. Até que, pra me mostrar como a vida é pra ser vivida e não ticada numa listinha, o destino se encarregou de extraviar a mala da Sabrina. E aí? Aí a gente vai na farmácia, se dirige à prateleira pretendida e escolhe tudo de novo. E aí a gente descobre que tudo lá, mesmo em Euro, custa mais barato e tem qualidade 87 vezes melhor. E aí a gente para de viajar com a mala plena de tubos de xampu, condicionador, etc. Agora paro logo na farmácia em cada viagem e faço uma feirinha. Nunca me arrependi e já arrematei coisa boa que só vendo.

4. Esquecer o kit de remédios
Por outro lado, deixar pra trás os medicamentos que estamos acostumados a tomar é uma falha grandona. No exterior, pior que aqui, comprar remédio é impossível sem receita - e vai você explicar pro médico tcheco que está sentindo uma dor entre o esôfago e o estômago? Pra não entrar na mímica, o melhor é fazer uma sacolinha que contenha pelo menos algo pra dor de cabeça, pra dor de barriga, pra resfriado e pra tudo o que costuma te acometer - no meu caso, eu não saio sem um relaxante muscular, porque minhas costas adoram fazer graça; meu marido, o Viajante Profissional, esquece o dinheiro mas não esquece seu remédio contra cólica renal. Cada um com seus achaques - e suas pílulas.

5. Escolher um modelo estúpido de mala
Parecia bonito na loja, né, aquela coisa rígida, imensa e rosa-choque, tão linda, tão Barbie. Pois a maldita é estreita, tem uma alça retrátil pra carregar, não faz curvas e bambeia quando a gente precisa correr. Nos dá a sensação de estar levando um guepardo na coleira, não a bagagem. Isso significa que escolhemos a mala errada. A certa para em pé sozinha, tem fácil acesso por zíperes, se desloca com rodinhas independentes, tem alça que para erguida ou recolhida. E pode até ser rosa-Barbie, mas esse não é seu principal atrativo. Chegar no destino sem dar trabalho é que é.

6 comentários:

  1. Ótimas dicas, Flá! Tenho de reconhecer que nunca experimentei comprar xampu e condicionador no destino. Pensando agora, tubos de coisas pro cabelo, filtro solar e essas coisas todas ocupam um espacinho considerável na mala, né? (que pode muito bem acomodar o fardo de tecidos de Nova Déli ;-)

    Tá aí uma coisa que só se aprende mesmo com a prática, não é mesmo?

    Beijinho, querida viajante!!

    Mari.

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  2. Um espaço considerável, Mari - sem falar naquela doce possibilidade de a coisa abrir e inundar a mala. Na impossibilidade de comprar, eu uso os xampuzinhos do hotel e, ah, se ficar com o cabelo meio palha uma semana, faz parte da vida. Rss!

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  3. E eu, que me acho uma viajante medianamente experiente, cometo umas cagadas indescritíveis. Do tipo levar 5 pares de sapato para uma viagem de uma semana. Você tem razão, Fla: acomodar sapato na mala é um horror. No mais, compartilho as coisas que aprendi, a maioria na marra:
    - A Mala com rodízios é uma benção. Veja, não estamos falando de uma mala simplesmente com RODINHAS, coisa da década passada, mas da mala com RODÍZIOS: São pelo menos quatro, que giram 360 graus. O grande , imenso, paquidérmiquico benefício delas é que você não precisa PUXÁ-LAS, mas EMPURRÁ-LAS. O peso da mala fica sobre ela própria, e não no seu braço (que é o que acontece quando você inclina a pamala pra puxá-la). Você vai empurrando, e ainda pode usar a parte de cima como "mesinha" pra apoiar uma bolsa ou um casaco.
    - Sobre viajar com crianças, não tenho nenhuma experiência, mas li na Conde Nast Traveller uma dica que achei bacana: levar o famigerado IPad ou similares. Já tinha aprendido sobre o poder tranquilizador do DVD portátil num restaurante com a minha sobrinha - mas o iPad é mágico! E PEQUENO!
    - Sendo uma viajante má, perversa, madrasta e sem filhos, queria sugerir um paninho com Éter ou um Dormonid infantil pra moça chinesa que certa vez foi ao meu lado para a França, com um menino de 1 ano e meio que URROU o vôo inteiro. Tava angustiada por mim e por ele já. Levanta, pega a criança no colo pra acalmar, dá uma voltinha com ele pelo corredor. Tudo menos continuar sentada desfolhando uma revista e de vez em quando dar tapinhas nas costas do bebê e fazer shhh. Os OUTROS passageiros também querem fazer shhh.\
    - Sobre os frascos: Nos Eua, uma loja Walgreens é sempre minha primeira parada. Vou lá sempre pra comprar algo que esqueci, do tipo uma pasta de dente, e sempre gasto duzentão. Então é melhor mesmo que eu já nao leve muita coisa, assim posso carregar o que comprar lá.

    Beijos querida, to adorando a viagem!

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  4. Um erro comum ao viajar de carro, é escolher um carro da moda, para impressionar, se esquecendo do porta-malas.

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  5. Sim, Lala, eu falava mesmo é dos rodízios, as rodinhas bonitinhas que giram no pivô e podem ser levadas até pela Sabrina (mas ela foi proibida de fazer isso porque sempre ameaça a integridade física dos transeuntes).

    E olha, o iPad é amigão mesmo. Eu sou contra carregar DVD portátil pra tudo que é restaurante pra hipnotizar menores, mas numa viagem longa e chata onde tudo que se pode ver da janela é o escuro, iPad manda bem. iPod idem pra molecadinha que adora os hits do Cocoricó. ;-]

    E a história da criancinha gritalhona de mãe inerte me aterrorizou, obrigada. Rss!

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  6. N., eu quase não alugo carros em viagem, mas sinto que ele tem que combinar com o destino. Popular no Brasil, conversível na Califórnia, van pra família em férias frustradas pela Europa... Será que não? Pensarei, perguntarei pra entendidos e farei um post breve. :-]

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