quinta-feira, 7 de abril de 2011

Turista, mas com jeito de nativo

É sério, tentar se passar por um morador local ao viajar para longe é muito difícil. É difícil até viajando para perto - vai o paulistano da gema se meter a soteropolitano, pra ver o trabalho que dá. E essa nem é uma tentativa válida mesmo. Ao viajar, querer se vestir, falar ou agir como um local não tem uma utilidade prática (e me poupe de besteiras do tipo "ai, credo, vai que notam que eu sou brasileiro"). Há um modo, porém, de se sentir mais ligado ao lugar que se visita: deixar o hotel de lado e apostar no aluguel de curto período.

Alugar casas ou apartamentos no estilo "short therm" já é uma prática comum para muitos viajantes - europeus, por exemplo, apreciam muito essa forma de se hospedar. Lá no Velho Mundo, aliás, é muito fácil encontrar sites que fazem a intermediação do negócio. Os melhores são os que usam o respaldo de imobiliárias para operar (o que dá mais garantias ao usuário em caso... bem, de as fotos e descrições se mostrarem pura ficção).

O ganho principal é bem óbvio: enquanto um hotel de três estrelinhas em Paris pode custar algo em torno de 200 euros ao dia, por exemplo, um apartamento alugado pode sair por 700 euros pela semana toda. Num exemplo como esse, o espaço do apartamento é em geral maior que de um quarto da hotelaria - contando, além do quarto, com ao menos sala, cozinha, banheiro. Quem sabe até uma varandinha pra se encantar com o movimento.

Em Buenos Aires, a coisa também funciona - e é quase uma pechincha difícil de acreditar. Apartamentos de dois quartos, que acomodam até quatro pessoas e contam com as facilidades de uma casa, chegam a custar algo em torno de US$ 600 pela semana inteira. Em um hotel de mais gabarito na capital portenha, gasta-se isso facilmente em uma noite.

A prática vem se tornando comum para muitos viajantes que já se cansaram da cara impessoal dos hotéis. E também para aqueles que curtem ir aos mercadinhos revistar prateleiras e entender o gosto local ao cozinhar. E também para quem gosta de sair de casa para ver algo novo, mas também gosta de manter o hábito de ir comprar o jornal no sábado e lê-lo calmamente na varanda bebericando um café feito por si mesmo.

Pode não ser uma boa ideia, por outro lado, para quem viaja e gosta de ter sua cama feita pela doce camareira ou acha muito mais negócio apanhar o telefone no criado-mudo e pedir um misto-quente pronto!

O certo é que, optando pelo aluguel nas férias, é grande a chance de sentir mais fundo o gostinho de viver numa cidade que não é a sua. E ficar mais local a cada "bom dia" para os vizinhos.

Para uma pesquisa, se for do seu agrado: http://www.parisattitude.com/, http://www.bairesapartments.com/, http://www.rentalinrome.com/, http://www.barcelonaforrent.com/, http://www.foxtons.co.uk/.


Vai um puxadinho em Londres?

7 comentários:

  1. Eu costumo usar essa técnica mais frequentemente em viagens ao litoral, mesmo que de São Paulo.

    Mas a comodidade de um hotel ou pousada é um atrativo quase que indispensável, hehe.

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  2. Eu, doida por um chocolatinho de travesseiro, concordo contigo, Muta. Mas pra curtíssima temporada. Pra ficar 3 ou 4 dias, voto no hotel sempre. Pra mais de uma semana, alugar começa a parecer interessante. E agora, com a minha renca de meninas, um apê aconchegante com cozinha é beeem legal!

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  3. Muito interessante essa opção. No Rio de Janeiro também muitas imobiliárias têm esse serviço de aluguel pra turistas. Inclusive, meu tio Basílio (e não é o do livro) foi um dos pioneiros desse negócio lá, lá pelos anos 60 - eu, quando nasci, no já distante 1964, morei alguns meses num desses apês em Copacabana, pois minha mãe e eu acompanhamos meu pai que teria de passar uma temporada a trabalho no Rio. E hoje meu primo Amaury, filho do Basílio, continua com o negócio dele no Rio Rent a Flat.

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  4. Flá, nem fale em chocolatinho de travesseiro que lembro na hora da Pousada da Vila Valduga, uma vinícola lá de Bento Gonçalves...

    O lugar é mais do que recomendado para quem ainda não esteve lá e para quem já esteve na região, mas não se hospedou lá, hehe.

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  5. Eu curto. Provei pela primeira vez em Orlando, há muitos anos, e nunca mais quis outra coisa. Vai ficar 10 dias? Pode ir com bagagem pra 3, porque tem como lavar e secar a roupa. Também gosto de brincar de local e ir ao supermercado comprar água local, leite local, manteiga local e pão local pra fazer meu café da manhã local à brasileira :-). E gosto de não ficar restrita ao binômio cama-armário - ter sala, banheiro, cozinha. Em muitos lugares você pode contratar uma housekeeper e ter a cama arrumada na volta (O chocolatinho terá que ser por sua conta). Eu acho que vale muito a troca. E pra quem, como você, viaja em perua escolar, o conforto é incomparável: só de poder esquentar um mamazinho no final do dia, já vale o dia! Beijos!

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  6. Para quem tem uma bela prole,é uma boa pedida

    mesmo,fiz isso só pelo litoral mesmo.

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  7. Olá, Flávia. Encontrei o teu site por acaso, navegando na net. Achei muito legal e tenho que dizer que me identifiquei com várias idéias.
    Sobre este post específico, os apartamentos para turistas estão realmente em alta na Europa, por todas as razões que colocaste. Eu mesma tenho um em Lisboa (se tiveres interesse em olhar o meu blog: janelasdorio.blogspot.com). Boas viagens e te acompanho por aqui. Abraço, Juli Moojen

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