sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nem parece uma companhia aérea

Sabe quando a gente fala que foi para São Francisco, Califórnia, e emenda logo um "olha, nem parece Estados Unidos, viu..."? Voar pela empresa Virgin rende quase o mesmo subtítulo usado por gente nojentinha.

Nos aviões da Virgin os assentos são tão ínfimos quanto em qualquer outra companhia (e a desagradável sensação de estar a uma distância crítica do cabelo da pessoa da frente também aparece ali). Fora isso, porém, a Virgin tenta ser mais moderna.

O lanche de bordo é pago - e isso seria ruim, não fosse o fato de haver opções supergostosas, fresquinhas e bem apresentadas. Basta checar na telinha da sua poltrona (porque todas têm) o cardápio, selecionar a escolha, passar o cartão ali mesmo, no dispositivo acoplado, e em minutos a comissária traz o pedido. Melhor do que levar de graça uma cumbuca de lasanha que consegue a proeza de ser seca e gosmenta ao mesmo tempo, vai?

A telinha ainda dispõe de diversos canais de filmes e de emissoras de TV - dá pra ver desenhos no Cartoon ou notícias na CNN. E é por ela, também, que chega a ideia mais simples e mais bacana da Virgin.

Todas aquelas recomendações que as comissárias costumam dar antes do vôo são concentradas pela Virgin em um video de segurança divertidíssimo - e muito completo, muito bem produzido e muito mais útil do que tentar entender uma voz que sai desgraçadamente de um alto-falante porco, como no século passado. O vídeo tem todas as informações que qualquer passageiro precisa e, de tão gracinha, cativa a atenção de todos pelos seus 4 minutos. Ou seja, mais eficaz também.

Acho bom quando as companhias aéreas começam a ver que o povo não precisa ser tratado como gado e inovam, ainda que só um bocadinho. Desejo que o movimento continue. E quem sabe um dia a gente consiga viajar de avião sem roçar excessivamente no corpo de gente desconhecida.



Minha parte favorita é a da freira

3 comentários:

  1. Ah, mas isso é um sonho: espaço decente em aviões, tanto para as pernas quanto para os braços.

    Ai, ai...

    ResponderExcluir
  2. Eu sonho ainda mais longe, Muta, com o dia em que alguém vai arrancar todas aquelas poltronas e instalar camas-tubo onde a gente se enfia e voa dormindo. Como naqueles hotéis japoneses que sempre rendem reportagens indignadas.
    :-]

    ResponderExcluir
  3. Eu sonho com a Executiva. Sempre. Trabalhando pruma empresa sovina que tem como política mandar você pra Singapura de Animal Class, sonho com o espaço melhor da Executiva (nem ouso sonhar com a primeira classe, a executiva já me deixa em devaneios), com a refeição melhor, com a vida melhor. O que me irrita na American é tudo. Na Delta, acho o fim do intestino grosso eles servirem aquele café da manhã esdrúxulo, com um pão doce e uma bana inteira, com casca e tudo, dentro de um caixote de papel reciclado. Na American eles picam as frutas e botam numa cumbuquinha, bem mais apresentável.
    Na Air France tem um troço legal, que são os carrinhos que ficam a madrugada toda com lanchinhos e sorvete Haagen Dasz. Agora, fina mesmo é a Emirates. Eles têm na econômica mesmo o tal do ICE, que é um sistema de entretimento a bordo on demand, com mais de mil canais de jogos, filmes e seriados. A comida é boa, farta e vem arrumadinha na bandeja. E depois de 14 horas de vôo, você surpreendentemente nao está uma jaca: diz a lenda que eles mantém a oxigenação da cabine num nível bem mais alto que as cias americanas, que nao fazerm isso pra economizar combustível. Fala sério!

    ResponderExcluir